sexta-feira, 27 de novembro de 2020

27°BPM/I – "TENENTE PM RUYTEMBERG ROCHA", E OS CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER


 

Fundado em 03 de abril de 1986 é responsável pelo policiamento ostensivo nas seguintes cidades: Jaú, Barra Bonita, Bariri, Igaraçu do Tietê, Dois Córregos, Mineiros do Tietê, Itapuí, Bocaina, Itaju e Boracéia.

Marco na história do Batalhão foi a cidade de Jaú ter sido considerada pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, em 2000, como a cidade de menor índice de violência do Brasil e, consequentemente, a cidade mais tranquila para se viver com população superior a 100.000 habitantes, destacando-se a taxa de homicídios, na proporção de 1,79 homicídios para cada 100mil habitantes. A cidade continuou a ser considerada a menos violenta até 2002, quando a pesquisa não foi mais realizada, porém, pelos números da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Jaú foi mais sete vezes a cidade com as menores taxas de crimes violentos.

As imagens das tabelas abaixo apresentam o quantitativo de violência contra mulher na área de atuação do Batalhão, nos anos de 2018 e 2019.



Ao compararmos os dados do Estado de São Paulo com o do 27º Batalhão do Interior, observamos que os números se tornam extremamente baixos, mas não menos significativos, pois a PMESP trabalha sempre pela redução dos índices criminais.

Os registros de Lesão Corporal Dolosa, na área do 27ºBPM/I, são 297 casos em 2018 e 381 casos em 2019, representando 0,58% e 0,69% do total de registros no Estado respectivamente, que são de 50.688 casos em 2018 e 54.910 casos em 2019, e os registros de Ameaça representam 0,86% e 1,03% do total de registros no Estado, sendo 57.296 casos do Estado e 497 casos na área do Batalhão e 65.135 casos no Estado e 677 casos na área do Batalhão, nos anos de 2018 e 2019 respectivamente.

Os registros de ocorrências de estupro chamam a atenção, pois apesar de representarem 0,67% (81 ocorrências) em 2018 e 0,71% (89 ocorrências) em 2019, dos casos no Estado de São Paulo, sendo 11.174 e 11.684 ocorrências nos anos de 2018 e 2019 respectivamente. Até o mês de outubro de 2020 há registros de 62 ocorrências de estupro consumado.

Nota-se que os números, na região do 27º BPM/I, mantêm-se numa média abaixo de 0,75%, do ano de 2018 para 2019, mas ao contrário do que possa evidenciar, os números não revelam um maior número de crimes e sim de notificações, pois com o avanço das tecnologias, do acesso à informação, das campanhas educacionais, do investimento no preparo de servidores públicos de segurança e saúde no atendimento primário da vítima e um maior número de respostas ao agressor, as mulheres estão se encorajando a relatar os casos de violência sexual.

A Segurança Pública trabalha sobre dados e, sem notificação da ocorrência criminosa, dificulta a alocação de esforços para determinada área, a fim de se reduzir os índices; é sabido que por vergonha à exposição, medo do revide, pressão religiosa, familiar ou política à subnotificação dos crimes sexuais chega a assustadores 90% e, portanto à PMESP busca diuturnamente levar o conhecimento dos direitos e deveres do cidadão, para que a mulher possa se encorajar a buscar ajuda e para que o agressor tenha a punição devida e não seja um infrator reincidente.

 O gráfico abaixo mostra a comparação dos crimes de Lesão Corporal Dolosa, Ameaça e Estupro Consumado entre os anos de 2018 e 2019. Estes delitos são acompanhados com atenção, pois costumam anteceder os delitos de homicídio e feminicídio; logo se as vítimas forem orientadas e os autores punidos, tem-se a tendência de não ocorrer a reincidência ou a morte da vítima.



Da análise dos dados das ocorrências de estupro (nos dados acima estão computadas todas as ocorrências consumadas e também de estupro de vulnerável consumado) vê-se que, assim como no Estado de São Paulo, o 27º BPM/I tem o percentual de, em média, 75% dos casos de estupro são de vulneráveis, e; que em 72% dos casos são cometidos por pessoas próximas das vítimas.

Em 2018 não houve caso de homicídio doloso contra mulher e, no ano de 2019 foi registrado 1 caso, na cidade de Dois Córregos, representado 0,22%, ou seja, no Estado de São Paulo foram 461 registros de homicídio doloso contra mulher no ano de 2018 e, 444 registros no ano de 2019.

As ocorrências de feminicídios, somados os 10 municípios abrangidos por esta Unidade Operacional, representam 0,73% do total do Estado de São Paulo, no ano de 2018, ou seja, 136 registros, sendo 1 registro no 27º BPM/I. No ano de 2019 as ocorrências de feminicídio representam 2,19% do total do Estado de São Paulo, ou seja, 182 registros no Estado, sendo 4 no 27º BPM/I

O gráfico abaixo mostra a comparação dos crimes de homicídio doloso contra mulher e feminicídio, entre os anos de 2019 e 2018 entre o Estado de São Paulo e a área do 27º BPM/I.

 


A do gráfico abaixo mostra as ocorrências de feminicídio e homicídio doloso, na área de atuação do 27º BPM/I “Ten PM Ruytemberg Rocha”.



Das 3 Companhias de Polícia Militar, a 3ª Cia, com sede no município de Bariri abrangendo as cidades de Itaju, Itapuí, Boracéia e Bocaina, não houve registro de homicídio doloso contra mulher, mas um caso de feminicídio, de 2018 até outubro de 2020; na cidade de Jahu (sede da 1ª Cia), município este que possui bairros afastados como Pouso Alegre de Baixo e Vila Ribeiro (cerca de 10 quilômetros da sede), como também o distrito de Potunduva, houve registro de 4 casos de homicídio doloso contra mulher e feminicídio; já a 2ª Cia, com sede na cidade de Barra Bonita e abrangendo os municípios de Dois Córregos, Mineiros do Tietê e Igaraçu do Tietê, registrou 2 casos de feminicídio e 1 caso de homicídio doloso contra mulher, todos na cidade de Dois Córregos, de 2018 até outubro de 2020.

Em que pese os números dos registros de ocorrência violentas contra mulher, especificamente: homicídio doloso, feminicídio, estupro e lesão corporal dolosa, não chegarem à 2% dos casos registrados no Estado de São Paulo, são números que preocupam os gestores da Segurança Pública, pois um crime com o resultado MORTE toda a sociedade sofre as consequências, e imbuído do dever Constitucional da prevenção criminal e da missão Institucional de defender a vida, a integridade física e a dignidade da pessoa humana, o Comando do 27º BPM/I “Ten PM Ruytemberg Rocha” trabalha alinhado com Plano de Comando da PMESP e com Plano de Governo do Estado de São Paulo, instituindo dentro do seu Plano de Ação, ações pontuais de enfrentamento da violência contra mulher.

Dentro desta atuação está o trabalho em conjunto com as redes de apoio a mulher em todos os municípios da área do Batalhão, com os CRAS e CREAS (Centro de Referências de Apoio Social), Ministério Público e Poder Judiciário e no município de Jahu com a Casa Rosa, referência no atendimento especializado a mulher vítima de violência. A atuação dos policiais militares vai desde o atendimento direto na ocorrência, quando solicitado via telefone de urgência 190, para intervir na violência ou prestar assistência à vítima, até em palestras educativas, com orientações, não somente às mulheres, mas também a todos que possam de alguma forma auxiliar na prevenção deste tipo de ocorrência.



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Em sua atuação contra a violência, além de seguir todos os programas existentes no Estado de São Paulo, o 27º BPM/I implementou o BO Social, que é o Boletim de Ocorrência registrado pelo Policial Militar quando no atendimento de qualquer ocorrência que identifica uma demanda social, que não é, em princípio, de competência resolutiva da Polícia Militar, para o encaminhamento ao setor responsável com o objetivo de prevenção.





Outra eficaz ação implantada no Batalhão é a Visita Solidária as vítimas de crimes violentos. Ocorre após o conhecimento do fato, já registrado em Boletim de Ocorrência e com encaminhamento adequado, onde uma equipe policial-militar faz uma visita à vítima com o objetivo de ela seja amparada, orientada e tranquilizada, demostrando que pode sempre contar com a Polícia Militar, esclarecendo sobre prevenção de futuros delitos, obtenção de mais informações que levem a autoria do crime, caso ela ainda não tenha sido identificada, pois neste momento a vítima pode se recordar de algum detalhe, e também informar outras formas de auxílio que possa ser necessário.





#POLICIAMILITARSP 
#AFORÇAPÚBLICADESÃOPAULO 
#27BPMIJAU 

SEÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO 27º BPM/I


BIBLIOGRAFIA

- BARBOSA, Amanda Espíndola, CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Violência contra a mulher - Legislação Nacional e Internacional. Disponível em:

*https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/121937941/violencia-contraamulher-legislacao-nacionaleinternacional-por-amanda-espindola-barbosa. Último acesso em 23.10.2020.

- "violência", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/viol%C3%AAncia [consultado em 23-10-2020].

- Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. OMS, Organização Mundial de Saúde. Genebra: OMS; 2002.

- BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm. Último acesso em 23.10.2020.

- PENHA, Maria da. Sobrevivi... posso contar. 2. ed. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012.

- ARTIGO TEÓRICO/ENSAIO: Marcos e dispositivos legais no combate à violência contra a mulher no Brasil: Larissa Alves de Araújo Lima*; Claudete Ferreira de Souza Monteiro**; Fernando José Guedes da Silva Júnior***; Andrea Vieira Magalhães Costa****. Recebido para publicação em: 19.04.16. Aceite para publicação em: 28.10.16. Acesso em 23.10.2020.

- https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/resumo-da-lei-maria-da-penha.html. Último acesso em 07.11.2020.

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- https://brasil.un.org/pt-br/85197-mundo-ainda-e-lugar-violento-e-altamente-discriminatorio-para-meninas-diz-relatorio. Último acesso em 07.11.2020.

- Anuário Brasileiro de Segurança Pública – 2019

- Atlas da Violência – 2020

- Nações Unidas Brasil. Site: https://brasil.un.org/pt-br

- Monitor de Violência. Site: g1.globo.com

- Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Site: https://forumseguranca.org.br/

- DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na justiça. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

- PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.




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