O dia de hoje é de muita festa para nossa
cidade, pois se comemora mais um aniversário de Travessia do Atlântico Sul
feita por João Ribeiro de Barros e sua tripulação do Hidroavião Jahu, realizada
em 28 – abr – 1927.
Mas, há indissolúvel ligação entre essa travessia e a Força Pública (FP) do Estado
de São Paulo, atual Polícia Militar.
Entre
os que aqui chegaram vitoriosos dessa proeza internacional, estava o Tenente
Aviador João Negrão, membro desta nossa heroica Corporação, que, à época,
detinha a soberania dos ares brasileiros.
Com
a exclusão do copiloto Artur Cunha da equipe do Jahu, João Negrão foi enviado
para ajudar João Ribeiro de Barros, em Cabo Verde, pelo Comandante Geral da
Corporação, Cel Pedro Dias de Campos.
Na ocasião do Reide Genova-Santo Amaro, João Negrão era apenas Tenente. Durante
a Revolução Constitucionalista de 1932, atuou como Capitão.
Com a patente de Coronel, chefiou a Casa Civil do governo paulista. Glória ao
grande soldado da Milícia Paulista, também incluso na história da nossa cidade.
A OUTRA COMEMORAÇÃO DO DIA DE HOJE, e mais ligada à Revolução
Constitucionalista de 1932 é que, quatro anos depois do Reide Genova-Santo
Amaro, nesse mesmo dia de 28 de abril de 1931, esta Gloriosa Corporação
Estadual se rebelava contra os desmandos que ela e o povo paulista sofriam do
governo provisório de Getúlio Vargas.
Para o seu quase aniquilamento:
1- Foi criado um
cargo acima do seu Comandante – o de Inspetor Geral – ocupado inicialmente pelo
Gal. Miguel Costa, que depois viria ser Secretário da Segurança quando esse
cargo foi criado.
2- Os oficiais
de carreira, formados aqui dentro, foram apeados dos seus cargos e substituídos
por “alienígenas” de confiança dos mandatários do novo governo.
3-Instituiu-se,
dentro da FP, os famosos “grupos de combate”, treinados para serem
guarda-costas dos mandatários do Estado.
4-Acabou-se com a
aviação da FP, levando os seus aviões para o Rio de Janeiro.
5-Acabou-se com a sua
artilharia usada na Revolução dos Farrapos e na Guerra do Paraguai.
Com tantos desmandos e humilhações, a Corporação rebelou-se com a finalidade de
destituir o Gal Miguel Costa e o interventor João Alberto Lins de Barros e,
desta forma, exigir, de Getúlio, um paulista de proa para interventor e a volta
dos costumes e tradições da Corporação.
Mas teve também o seu Calabar.
A revolta já tinha se iniciado quando foi abortada pelo seu próprio comandante,
Cel Joviano Brandão, em conluio com o Inspetor Gal. Miguel Costa.
Os oficiais revoltosos foram presos.
Dentre eles estavam muitos dos que seriam nossos grandes comandantes na
Revolução Constitucionalista do ano seguinte como:
- os Coronéis Júlio
de Marcondes Salgado e Benvindo de Mello;
- o Major Teófilo
Ramos;
- os Capitães Romão
Gomes, Heliodoro da Rocha Marques, Sebastião Amaral, Antonio Pietcher e João Rodrigues
Bio;
- os Tenentes Cândido
Bravo, Antonio da Silva Dias e João Batista Tavares.
Só foram anistiados no final de julho, com a posse do novo interventor, Laudo
de Camargo.
Esse episódio, tão importante na história do Brasil é muito pouco lembrando,
mas é um marco histórico da corporação que ousou desafiar aqueles que queriam
transformá-la, como disse o Cap. Heliodoro na Rocha Marques, “em guarda
pretoriana dos dominadores de São Paulo”.
Se a data dessa revolta pode ser difícil de ser guardada pelas cidades
paulista, para Jahu não se corre esse perigo: coincide com a travessia do
Atlântico feita pelo nosso herói maior João Ribeiro de Barros, associado a
Vasco Cinquini, Newton Braga e João Negrão.
Para nós jahuenses, essa coincidência é salutar, pois une civis e militares que
fizeram a nossa História.
À
Polícia Militar do Estado de São Paulo, o abraço fraternal dos amigos do MMDC.
Tudo pelo Brasil!
Jahu,
28 de abril de 2016.
Antonio Fernando Reginato
Presidente do Núcleo do MMDC de Jaú
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