O ano era 1986, e alguém disse: “André, você tem perfil de polícia, porque você não “entra”, o salário é muito bom!” Mal sabia que era o que eu mais queria!
Voltando no tempo, mais precisamente em novembro de 1977, meu sonho era ser Policial Mirim, isso mesmo! Em Bauru, tínhamos a Polícia Mirim, adolescentes tidos como exemplos, bem uniformizados, educados e confiáveis, eram bem vindos em qualquer lugar, eu queria ser igual a eles, e consegui. Aprendi o que era Hierarquia e Disciplina, ministradas por dois Sargentos da nossa Gloriosa Polícia Militar, Dorival e Teixeira, dos quais jamais esquecerei. E, com apenas 12 anos de idade, embora ainda não soubesse, meu destino estrava traçado.
Ingressei na Polícia Militar em 01 de outubro de 1986, no 4º BPM/I, após minha baixa do Exército Brasileiro (jan84 a jan85), concluindo o Curso de Formação de Soldados em fevereiro de 1987. Por opção, escolhi minha PRIMEIRA e ÚNICA Unidade, o nosso 27º BPM/I, tendo como comandante o Coronel André Boicenco Neto.
Após algumas semanas de estágio na cidade de Jaú, trabalhando na “RP” (fusquinha kkkk, meus DEUS! Às vezes tínhamos que empurrá-lo, kkkk), passei a cumprir escalas nas mais diversas atividades, inclusive administrativas, e, em 1988, acabei sendo convidado para fazer parte do Serviço Reservado (P2), chefiada pelo então 1º Tenente João Henrique, hoje Promotor de Justiça em Bauru.
Em 1990, após meu casamento, optei por voltar ao patrulhamento, pois minhas atividades do serviço reservado eram desenvolvidas em dias e horários diversificados, e isso poderia causar desconfortos no seio da família.
Lembro que tive a oportunidade de trabalhar no Distrito de Pouso Alegre de Baixo entre os anos de 1992 a 1994. Lá, cresci muito profissionalmente e aprendi a dar o devido valor aos nossos colegas de farda, pois era eu e DEUS, e, precisando de apoio constante, sempre fui “socorrido” prontamente, nada disso tirava nosso foco, não desanimávamos e éramos muito unidos.
Dois momentos inesquecíveis que passei no Pouso Alegre: O primeiro, a infelicidade de ter acontecido um grave acidente durante as atividades de treinamento da Escola de Formação de Soldados de Jaú (1991), durante a madrugada. O então 2º Sgt PM Nogueira teve sua mão dilacerada pela explosão de uma bomba. Foi muito triste. O segundo, também de madrugada, foi um auxílio a uma gestante, conduzindo-a até a Santa Casa de Jaú, que praticamente teve seu filho dentro do pequeno fusca. Creio que era a I-27102. Limpei o sangue do estofado da viatura sorrindo.
O tempo passou, meus filhos cresceram, e hoje tenho a satisfação e o orgulho de um deles ser policial militar, inclusive, sendo o 1º colocado no concurso de ingresso na Academia de Polícia Militar do Barro Branco - APMBB no ano de 2010, agora, trabalhando no mesmo Batalhão que servi. Isso é muito gratificante.
Hoje tenho a sensação de dever cumprido, e, mesmo falhando em alguns momentos, me sinto realizado. Sem sombra de dúvidas, faria tudo de novo.
Gostaria de dizer também, que tive o grande prazer de fazer parte da Diretoria Executiva da APAS-Jaú por aproximadamente 16 anos, e quando entrei para inatividade no final de 2010, fui contratado para fazer parte do corpo de funcionários da APAS Jaú, onde me encontro até hoje.
Em forma de agradecimento por tudo que recebi, hoje faço parte do projeto “Remédicos do Riso” (palhaço de hospital) grupo de voluntários ligados à entidade Anna Marcelina de Jaú e Hospital Amaral Carvalho, onde fazemos visitas aos pacientes dos hospitais para levar um momento de alegria e descontração, entre outras atividades. No “Remédicos do Riso”, sou o Dr MILICO, claro que em homenagem a nossa Corporação.
Agradeço a DEUS, à minha família e aos meus irmãos de farda por terem participado da minha simples e singela passagem pela nossa POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Que DEUS nos abençoe.
ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS
3º Sgt PM Reformado
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