terça-feira, 6 de julho de 2021

VIVA A LIBERDADE! VIVA NOVE DE JULHO! VIVA SÃO PAULO!

Fonte:  imagens google


        Foi há quase 90 anos – quem diria? Foi há quase 90 anos que um povo se uniu e aquele sentimento de jovialidade, revestido de sonhos, brilhava numa esperança sem fim. Acreditávamos e vivíamos, mesmo, um amálgama de ideias e ideais, todos muito nobres, todos com um só lema: Constituição!

        Tomávamos por ofensa a ditadura que se apregoava “defensora do Brasil” e nada mais fazia além de praticar desmandos, arrogância e revanchismo pelo país. Tanto pior a São Paulo, tratado como “terra conquistada” – embora grande massa houvesse celebrado aquela que prometia ser uma revolução: o golpe de Outubro de 1930. Cada dia mais, Getúlio Vargas fazia ser absurdo o nome do “Governo Provisório”, do qual se fizera chefe. As tantas mudanças que se esperava realizar pelo progresso do país, segundo o ditador, não poderiam ser efetivadas na dependência do Congresso Nacional e da estrutura política do “República Velha”. O período ditatorial seria o “remédio” para o atraso do Brasil. Triste ilusão!

         No lugar da Palavra empenhada, a demagogia. No lugar da Lei, a imposição. No lugar da Ordem, o mandonismo. No lugar da Ordem Pública, os atos abusivos da Legião Revolucionária. Foi essa milícia pró-Ditadura a responsável pelas mortes do fatídico 23 de maio, ocasião em que se eternizaram os quatro mártires do São Paulo que exigia a Democracia: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Eram nossa inspiração suas iniciais: MMDC. Faríamos valer a marcha que, inválida para saudar a “Revolução de 1930”, seria muito mais significativa para aquele 1932:

“Nosso próprio destino é que te exorta

A cumprir este cívico dever

Nós é que temos que forçar a porta!

Nós, só nós, é que temos de vencer!”

         Porém, iniciando nossa Revolução Constitucionalista em nove de julho daquele ano, logo ficou claro que as promessas de adesão ao Movimento não se cumpririam. A despeito de civis e militares do Rio Grande do Sul e Minas Gerais – e até antigos aliados do ditador – se terem organizado antes mesmo que São Paulo em suas Frentes Únicas, a força de articulação, de manipulação e de coerção da Ditadura foi maior. Os paulistas foram – e ainda são – acusados de “elitistas”, “separatistas” e outros absurdos, além de “comunistas”. Fato é que, entre as centenas de milhares de voluntários engajados no Movimento Constitucionalista, dentro e fora de São Paulo, havia gente das mais diversas formações, profissões, orientações políticas, correntes religiosas e origens étnicas, regionais e nacionais. Nunca se viu uma união daquela natureza. Nunca se viu tal soma de atos de patriotismo embalados pelo ideal atualmente raríssimo: era o civismo. Era a vontade de participar, de contribuir de algum modo com os bravos que, fatalmente, iriam a uma guerra; que tentariam um novo Brasil.

     Que seria do Movimento Constitucionalista de 1932 sem a participação das tropas federais do Estado (e de outros Estados, que aderiram a São Paulo)? Mais – bem mais! –, que seria da Revolução de 32 sem a sempre importante Polícia Militar do Estado de São Paulo? Esta que, à época, fez valer mais do que nunca o sublime significado do seu título de então: Força Pública Paulista! Desta, quantos e quantos homens que arriscaram sua carreira e sua vida para se engajar naquele Movimento pelo respeito à Lei? Quantos e quantos anônimos que, sem favor algum, se fizeram verdadeiros heróis? Nos morros, nos rios, nas estradas, nos matagais, nos trilhos, no Túnel, nas trincheiras... As eternas trincheiras de 32! As eternas marcas das fronteiras revolucionárias de São Paulo... As fronteiras constitucionalistas do Brasil!

Tenente PM Ruytemberg Rocha

Fonte:  imagens google



        É elevadíssima a importância do nome daquele moço de Bocaina, porque sua vida e sua morte definem a coragem, o idealismo e a doação dos constitucionalistas do Brasil que, em punho da bandeira de São Paulo, se entregaram por inteiro: Ruytemberg Rocha! O moço que, Aluno da antiga “Escola de Oficiais da Força Pública”, foi comissionado Tenente e resistiu na trincheira de Buri. Foi morto enquanto protegia a retirada segura de seus comandados, homens já sem munição para se defender – como em tantas ocasiões ocorreu.



        Eternizado no título do 27º BPM/I, o Tenente Ruytemberg Rocha é a marca de um povo. É a marca de um Estado, de uma Força, de uma região, de uma legião de centenas de voluntários, militares e civis – e todos os dez municípios que hoje compõem este Batalhão se fizeram representar, também em 32. Contando com o jovem de Bocaina, foram dez os filhos que nossa região perdeu:

  •  Ascânio Baptista Martins Soares – sergipano, pai de um casal de crianças, vivia em Jahu. Foi comissionado Capitão, subcomandante do “Batalhão Jahuense” de voluntários (post-mortem, Major)
  • Arsênio Guilherme – mineiro de Araguari, era soldado da Força Pública paulista
  • Daniel Pereira de Andrade – natural de Jahu
  • Júlio Pinheiro – natural do Rio Grande do Norte, vivia em Jahu
  • Lourenço Carlos de Sampaio Góes – natural de Jahu
  • Orlando de Moraes Féria – natural de Jahu
  • Claudionor Barbieri – natural de Bariri
  • Antônio Melges – natural de Torrinha
  • Osório Franco Vilhena – natural de Dois Córregos

      Guardemos-lhes os nomes. Numa legião de incontáveis pessoas de verdadeira bravura – crianças, idosos, mulheres, homens... –, foram esses dez que perderam suas vidas para que as nossas pudessem existir hoje na mais plena Liberdade; na mais digna sociedade que, para ser verdadeiramente harmônica, se deve prezar pelo exercício constante de defender a Democracia.

Fonte:  Acervo Histórico do Museu Municipal de Jahu.




Primero sentado à esquerda - Major Ascânio. Fonte:  Acervo Histórico do Museu Municipal de Jahu.





Em pé, o segundo da direita para a esquerda - Major Ascânio. Fonte:  Acervo Histórico do Museu Municipal de Jahu.


     Um “Viva” àqueles idealistas de 32! Um “Viva” a todos que, como os membros do 27º Batalhão de Polícia Militar do Interior de São Paulo, fazem valer o ideal eterno do Paulista de 32, em honra à sua Bandeira, linda flâmula que prega, desde aquela Revolução: “De noite ou de dia, nos quatro cantos do Brasil, defendemos nossa terra e, se necessário, com derramamento de nosso próprio sangue”.

Viva a Liberdade! Viva Nove de Julho! Viva São Paulo!


Fonte:  imagens google.



Texto - "Marcus Carmo – Presidente da Seccional Jahuense da Sociedade Veteranos de 32-MMDC"

Marcha de referência: “Redempção” (Paulo Gonçalves e Marcello Tupynambá) – Hino das Forças Constitucionalistas M.M.D.C.



Banda Columbia & Coro - REDENÇÃO - hino marcial de Marcelo Tupynambá e Paulo Gonçalves




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